Embora não sendo incomum que até mesmo as faculdades com maiores aprovações tenham falhas e brechas na estrutura, os habitantes de João Pessoa, capital da Paraíba, podem captar uma cena peculiar entre os arredores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), popularmente conhecida como “Cidade Universitária.”
Dado o enorme índice de miséria, de urbanização e consequentemente de pessoas morando na rua, os demais fatores decorrentes dos três elementos acima (miséria, urbanização e mendigagem) influenciam na marginalização, porém… não estamos falando sobre marginais do tipo que invadem mercadinhos, armados até os dentes para tocar terror em humildes trabalhadores do comércio.
A situação trata-se de uma prática ilegal, mas vista e interpretada de forma simples, chegando ao ponto de ser “considerada uma forma de expressão artística” praticada por jovens moradores de periferia. O assunto que permeia em mútua divergência é a pichação, no Brasil considerada crime desde 12 de fevereiro de 1998 através da Lei 9.605 que dispõe de Crimes Ambientes.
Desde zonas habitadas pela classe média alta até a classe mais precavida, moradores de João Pessoa vez ou outra se deparam com pichações e signos rabiscados com tinta spray aerossol pelos muros, residências e locais com muita movimentação.
As imagens postas logo abaixo, entregam um vislumbre da situação:
Diante isso, para sanar todas as perguntas sobre a restrição da pichação – levando em conta que alguns rabiscos podem ser vistos, principalmente em locais públicos – os internautas auto-questionam-se sobre as diferenças entre o grafito e o ato de pichação.
Entende-se o crime de pichação através das seguintes características: “ato de escrever ou rabiscar sobre muros, fachadas de edificações, asfalto de ruas ou monumentos, usando tinta em spray aerossol, dificilmente removível, estêncil ou mesmo rolo de tinta.
No geral, assinaturas pessoais, conhecidas também como tag, declarações de amor ou eventualmente frases de protesto ou insulto. Também utilizada como forma de demarcação de territórios entre grupos – às vezes gangues rivais.”
Valendo lembrar também que no Brasil, há uma diferença entre o grafite e a pichação. Ambas tendem a alimentar discussões acerca dos limites da arte, sobre arte livre ou arte-mercadoria, liberdade de expressão, sobre Pollock, Rothko e Basquiat.
O grafite é mais elaborado e de cunho estético, sendo socialmente aceito como forma de expressão artística contemporânea, respeitado e mesmo estimulado pelo Poder Público.
Em paralelo ao grafite, a pichação é socialmente, considerada essencialmente transgressiva, predatória, visualmente agressiva, contribuindo para a degradação da paisagem, vandalismo desprovido de valor artístico ou comunicativo.
Perante o aumento da violência de tentativas de assalto na capital paraibana, a pichação, quando utilizada como forma de compartilhar símbolos e jargão de facções criminosas (como a famosa e sinistra Okaida) pode inspirar futuros criminosos.
Entretanto… é deplorável deparar-se com as paredes de uma universidade tão prestigiada e amada como a UFPB sendo palco do “grafite ilegal”.
Créditos: blog do abrantes e Wikipédia.