A deputada estadual Lohanna França (PV) é a sétima parlamentar a denunciar ameaças de morte e estupro corretivo em e-mail institucional. A mineira prestou queixa nesta quinta-feira à Polícia Civil após receber mensagem com teor violento.
No e-mail, o autor citou um projeto aprovado pela deputada recentemente na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG). De acordo com ele, a proposta que instituiu a “Semana da Maternidade Atípica” promove “irresponsabilidade feminina”, motivo pelo qual a parlamentar teria “sangue de crianças inocentes” em suas mãos.
A mensagem descreve a violência sexual: “vou chegar de fininho em sua residência e entrar escondido, você nem saberá que eu estou lá até pular em seu pescoço e te colocar em algemas”.
Além disso, alega saber dados pessoais de Lohanna, como o endereço de sua residência, e ameaça dar um tiro em sua cabeça para “estragar o velório”. O autor também afirma que ele será “a última coisa” que a deputada verá na vida.
Ao GLOBO, a deputada afirmou que o episódio de violência de gênero não a intimidará:
— A gente sabe que é uma tentativa de calar as nossas vozes, porque o nosso trabalho está aqui para colocar as mulheres no espaço de poder. Qualquer tentativa de me intimidar, será um desperdício de tempo e energia. Qualquer tentativa desse tipo, irá para lata do lixo ou quem sabe, para um camburão da Polícia, não vão me intimidar. Não vão parar meu trabalho. — disse.
O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Martins Leite, informou que todas as forças de segurança, internas e externas, já foram acionadas, após recebimento das ameaças da deputada.
— Ameaças praticadas por criminosos covardes jamais intimidarão o Parlamento mineiro. — afirmou.
Nos últimos nove dias, outras seis parlamentares denunciaram ameaças similares. Os e-mails de teor violento foram destinados a deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS), para as estaduais Rosa Amorim (PT-PE) e Bella Gonçalves (PSOL-MG) e para as vereadoras do PSOL Iza Lourença (MG), Mônica Benício (RJ) e Cida Falabella (MG). A Polícia Civil também investiga os casos.
O primeiro e-mail foi enviado a Bella Gonçalves no dia 8. Nesta primeira mensagem, o autor teria pedido para que ela renunciasse seu mandato e teria escrito: “Seremos breves: você é lésbica e por isso sua presença não será mais tolerada”.
Na ocasião, a parlamentar havia optado por não divulgar as ameaças. A realidade mudou, no entanto, quando, junto a Iza Lourença e Cida Gonçalves, recebeu a segunda ameaça que citava o “estupro corretivo” como uma “terapia cognitiva para curar a lesbianidade”. O autor afirmava que iria até as residências das psolistas para testar a “prática”.
Créditos: blog do abrantes e O Globo.